Origem da Teoria
A ideia de que a Lua poderia ser oca ganhou alguma popularidade na década de 1960, impulsionada por algumas observações e interpretações de dados sísmicos coletados durante as missões Apollo. Quando os astronautas da Apollo 12 e 14 derrubaram estágios de foguetes ou módulos lunares na superfície da Lua, os sismógrafos deixados no local registraram oscilações que duraram mais tempo do que o esperado para um corpo planetário sólido. Isso levou alguns a especular que a Lua poderia ser oca, ou pelo menos ter um interior menos denso do que se imaginava.
Evidências Científicas Atuais
Apesar das observações iniciais, a vasta maioria das evidências científicas obtidas por meio de missões espaciais, como as da NASA e de outras agências, apontam para uma Lua com um interior diferenciado, ou seja, com camadas distintas, embora não seja totalmente sólida como a Terra.
- Sismologia Lunar: Estudos mais aprofundados dos tremores lunares (moonquakes) e dos dados sísmicos coletados mostraram que, embora a Lua tenha um núcleo pequeno e parcialmente derretido (ou pastoso), sua composição interna é consistente com a de um corpo planetário rochoso, com um manto e uma crosta. A forma como as ondas sísmicas viajam através da Lua não é compatível com um interior oco.
- Densidade: A densidade média da Lua é de aproximadamente 3,34 gramas por centímetro cúbico, significativamente menor que a da Terra (cerca de 5,52 g/cm³), mas ainda assim consistente com um corpo rochoso que se formou a partir dos detritos de um grande impacto que atingiu a Terra primitiva. Se a Lua fosse oca, sua densidade seria consideravelmente menor.
- Composição e Formação: A teoria mais aceita sobre a formação da Lua é a do impacto gigante, onde um objeto do tamanho de Marte colidiu com a Terra primitiva, e os detritos ejetados se aglomeraram para formar a Lua. Esse modelo prevê uma Lua com uma composição interna estratificada, não oca.
Esquema interno da Lua
Por Que a Teoria Persiste?
Apesar da falta de apoio científico, a teoria da Lua oca persiste em alguns círculos, muitas vezes ligada a outras teorias da conspiração ou a interpretações alternativas de dados. Em parte, isso pode ser atribuído ao apelo de ideias "misteriosas" ou "ocultas" que desafiam o conhecimento estabelecido.
Em suma, a ciência atual não apoia a teoria de que a Lua é oca. As evidências indicam que ela possui um interior sólido, embora com um núcleo menor e menos denso do que o da Terra, e com uma estrutura interna diferenciada em camadas.